Com crescimento de 13,5%, mercado de franquias supera projeção e fatura R$ 273 bilhões em 2024, revela pesquisa da ABF
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Com crescimento de 13,5%, mercado de franquias supera projeção e fatura R$ 273 bilhões em 2024, revela pesquisa da ABF
São Paulo, fevereiro de 2025 – O mercado de franquias brasileiro superou expectativas e registrou um crescimento nominal de 13,5% em 2024, chegando a R$ 273,083 bilhões. Essa porcentagem superou a projeção inicial de crescimento para o ano, que era da ordem de 10%. No 4º trimestre, o setor cresceu 11,3%, totalizando R$ 81,086 bilhões. É o que revela a pesquisa de desempenho deste mercado elaborada trimestralmente pela ABF – Associação Brasileira de Franchising.
Este resultado está fortemente associado à recuperação do consumo, alavancado pela baixa histórica dos níveis de desemprego, pelo aumento da massa salarial e do poder de compra das famílias. Outro fator importante foi a elevação mais robusta do PIB, que saiu de uma expectativa inicial de 1,59% para um índice de cerca de 3,49%. Internamente, também concorreram para este resultado o avanço de uma agenda com foco em eficiência operacional, a digitalização de processos e serviços e o aprimoramento de estratégias omnichannel, assim como a expansão do franchising para o interior e o aquecimento de mercados associados ao agronegócio como o caso do Estado de Goiás. Para Tom Moreira Leite, presidente da ABF, “um mercado de trabalho forte e mais dinheiro circulando na economia, mesmo com seus impactos inflacionários, impulsionaram o faturamento do franchising brasileiro que, assim como outros setores, superou as expectativas iniciais. Tal resultado, porém, não seria possível sem o forte trabalho das redes franqueadoras de ajustarem suas operações e ofertas aos consumidores. Gostaria de destacar especialmente a busca de eficiência operacional, o avanço da digitalização e o desenvolvimento de mercados fora dos grandes centros”. O setor chega em 2025 com o cenário em transformação e com alguns desafios. A pressão inflacionária se mantém, assim como a elevação da taxa Selic a patamares que tendem a dificultar o crédito e o consumo. O franchising estuda também como a recente volatilidade da cotação do dólar e os acontecimentos no panorama global irão impactar o setor nos próximos meses. Redes, Operações e Empregos Nesta área, a ABF identificou uma diferença significativa entre o desempenho do mercado como um todo e das redes associadas à entidade. Neste último recorte (associadas), a pesquisa mostrou uma taxa de abertura de novas operações de 17,8% (superior à de 2023 que foi de 17,3%), um volume de encerramentos de 6,4% (também superior ao ano anterior que foi de 5,9%), resultando em um saldo positivo de 11,7%, pouco mais do que os 11,4% de 2023. Já o Repasse chegou a 3,4%, contra 4,3% no período anterior. Nestes indicadores, nota-se que os impactos da pandemia ainda se fazem presentes, especialmente naquelas redes que enfrentaram desafios em termos de estrutura de capital. Outro fator importante é o avanço do mercado de trabalho que pode ter atraído de volta alguns empreendedores por necessidade. Algo semelhante pode estar ocorrendo com marcas franqueadoras que se lançaram no franchising ao longo da pandemia e que agora, com a economia mais fortalecida, voltaram a focar em outros canais. Deve-se levar em consideração ainda movimentos de fusões e aquisições no setor, que também se refletem no volume de redes e operações no Brasil. Apesar da estabilidade no saldo final, a ABF ressalta que o setor continua a receber novas marcas franqueadoras, de diferentes perfis, e que o desejo do brasileiro por empreender nunca foi tão grande. Em linha com este panorama, o volume de empregos diretos gerados pelo setor cresceu 1%, atingindo 1.718.621 trabalhadores. “Esse indicador é pressionado também pela dificuldade na contratação e retenção de mão de obra, como pelo mergulho do setor na digitalização. No entanto, à medida que as transformações das franquias avancem, entendemos que o setor pode acelerar a geração de postos de trabalho, especialmente entre jovens”, destaca o presidente da ABF. Crescimento de todos os segmentos Saúde, Beleza e Bem-Estar se destacou em segundo lugar, com avanço de 16,5%. O segmento se beneficia Os segmentos de Alimentação - Food Service e Alimentação – Comércio e Distribuição vêm a seguir, com crescimento de 16,1% e 14,7%, respectivamente. Entre os fatores que os destacaram está o movimento contínuo de retorno ao trabalho presencial, que deve perdurar pelos próximos anos. O aumento da massa salarial e o volume de pessoas empregadas também sustentam esse movimento, favorecendo as refeições fora do lar e o delivery, além do consumo de produtos de maior valor agregado. O segmento experimenta, ainda, o maior consumo de alimentos de indulgência, o que levou ao crescimento de redes de sorveterias, docerias e marcas especializadas em açaís, como reflexo também das temperaturas mais altas. Esses mesmos segmentos também se destacaram no balanço do 4º Trimestre de 2024, apresentando crescimentos de 18% (Alimentação – Comércio e Distribuição), 17,4% (Entretenimento e Lazer), 16,9% (Saúde, Beleza e Bem-Estar). Projeções das franquias para 2025 “Apesar dos desafios que já se colocam, entendemos que a atuação em rede com suas fortalezas (ganho de escala, compartilhamento de melhores práticas e atenção na ponta) vão falar mais alto, assim como os frutos dos ajustes realizados ao longo de 2024. Neste sentido, investir em tecnologia, uso de dados e capacitação empreendedora serão fatores ainda mais fundamentais para o desenvolvimento sustentável dos negócios no setor. E a ABF será uma agente promotora destes aspectos em iniciativas já em curso e novos projetos que serão lançados ao longo do ano”, conclui Tom Moreira Leite. Metodologia Sobre a ABF |