Titan: O que existe por trás desse interesse?
Conheça 5 comportamentos cerebrais que justificam o desejo intenso de realizar feitos como o recente caso do submarino Titan em expedição aos destroços do Titanic no Atlântico
"Por quê?". Essa é a pergunta presente nas rodas de conversa das últimas semanas. A despeito da tragédia terrível, as pessoas têm vontade de saber as razões que levam à concretização de missões arriscadas como a do submarino Titan, de descer quase 4 quilômetros no fundo do mar para ver os restos do navio Titanic, que naufragou no Oceano Atlântico, há 111 anos, em 1912.
Que curiosidade é essa capaz de movimentar 4 pessoas (mais o piloto), a encararem um ingresso equivalente a mais de R$1 milhão e a coragem de passar horas submersos no oceano, dentro de um espaço de 6,7m por 2,8m?
Por meio dos estudos da mente humana, a Dra. Julia Trindade, Psiquiatra Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, aponta, abaixo, 5 aspectos do cérebro que podem, em conjunto ou isoladamente, sustentar decisões como a que os tripulantes do Titan tomaram. "Com base no funcionamento cerebral, é possível ver como diferentes componentes podem influenciar a tomada de decisões, especialmente quando se trata de atividades de alto risco. Essas explorações nos ajudam a entender a complexidade da motivação humana, do desejo de novas experiências à necessidade de conexão emocional e ao impulso para criar memórias duradouras", pontua a especialista.
Condutas cerebrais que justificam decisões como a descida aos destroços do Titanic:
- Busca por aventuras e novidades relacionadas diretamente ao sistema de recompensa. A dopamina, um neurotransmissor frequentemente associado ao prazer, também desempenha um papel crucial na motivação para buscar novidades. O cérebro humano é estruturado para recompensar a exploração de novidades com um fluxo de dopamina, o que nos faz sentir bem. Nesse caso, a oportunidade de explorar o Titanic pode representar uma experiência inédita e extremamente interessante, que ativa esse sistema.
- A curiosidade e a busca pelo desconhecido. O Titanic tem uma história rica e misteriosa que fascina muitas pessoas. A possibilidade de ver o navio afundado com seus próprios olhos pode alimentar a curiosidade e o desejo de explorar.
- Para algumas pessoas, visitar o Titanic pode ser uma forma de se conectar com a história. Isso pode ser particularmente verdadeiro, se elas tiverem uma conexão pessoal com o navio ou com as pessoas a bordo.
- Chegar ao fundo do mar para ver o Titanic é uma tarefa difícil, que exige habilidades e coragem significativas. Para algumas pessoas, isso pode ser uma maneira de testar seus limites e provar a si mesmas que são capazes de realizar feitos difíceis.
- Finalmente, alguns podem ver a visita ao Titanic como uma forma de encontrar um propósito ou significado maior. Para essas pessoas, a jornada pode ser uma busca espiritual ou filosófica, em vez de simplesmente uma aventura física.
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Dra. Julia Trindade | Psiquiatra
drajuliatrindade
- Médica Psiquiatra - CRM 24363 - RQE 1489
- Formada em Medicina pelo Universidade Federal de Pelotas, e Psiquiatra pela Universidade Federal de Santa Maria.
- Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria.
- Pós-graduada em Neurociências do Comportamento pela PUCRS.
- Especialista em Terapia Dialética Comportamental.
- Certificada pela Harvard Medical School em General Pschychiatric Management for Borderline Personality Disorder.
- Possui formação em Mindfulness para saúde do Instituto BreathWorks.
- Especialização em andamento em autismo.
- Projeto Farmacologia Aplicada à Medicina para o tratamento de paciente com TEPT (Transtorno do Estresse Pós-traumático)
- Psiquiatra Geral e da Infância e Adolescência na Rede Municipal de Biguaçu de 2017 a 2019 Curso de manejo de pacientes na emergência psiquiátrica.
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